sexta-feira, 24 de julho de 2009

Censura na pioneira

Já faz tempo que os "anos de chumbo" acabaram. Naquela época, jornais eram empastelados, redações eram invadidas, emissoras de rádios ficavam "mudas", jornalistas eram presos e até mortos. Mas hoje vivemos num regime democrático onde essas práticas são inaceitáveis. E para se chegar aonde estamos houve muita luta e muitos tombaram defedendo a liberdade. Mas parece que nem todos aceitam essa realidade.Na semana passada, o radialista Elias Ferreira sofreu na pele esse retrocesso. O profissional, que comanda um programa diário nas tardes da Rádio Difusora de Alagoas, teve censurada uma entrevista feita com o deputado Cícero Ferro que teria criticado o governo estadual nessa mesma entrevista. A censura foi feita pelo diretor da emissora, Afrânio Godoy. O pior foi o modo como aconteceu. A entrevista já estava no ar, quando o diretor adentrou ao estúdio e mandou que o operador de áudio cortasse a matéria e colocasse um bloco de comerciais. Revoltado, Elias Ferreira não voltou a comandar o programa. Durante tres dias o apresentador do "Difusora agora" foi o radialista Marcos Vasconcelos. Elias só retornou a titularidade do horário depois de uma conversa com o presidente do IZP (Instituto Zumbi dos Palmares), Marcelo Sandes, que o conveceu a ocupar novamente o microfone da pioneira. Situações como essa devem ser repudiadas pela sociedade. Não podemos aceitar essa censura, principalmente numa emissora pública. A Rádio Difusora de Alagoas é do POVO. É uma emissora do Estado de Alagoas e não de um determinado governo. Principalmente por ser pública tem o dever de mostrar "os dois lados da moeda", divulgar eticamente todas as correntes de pensamento, princípio básico do jornalismo. É necessário divulgar esse fato para alertar as entidades sindicais e a sociedade civil organizada de que a censura é uma chaga que não pode voltar aos nossos meios de comunicação.

3 comentários:

  1. Parabéns Borjão! Concordo com tudo que foi dito. Censura nunca mais.

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  2. Olá, Borjão. Para mim, nenhuma surpresa quanto a esse fato. É prática comum do Godoy se manter subserviente a qualquer um. É um "sem noção". Se o Cícero Ferro criticou o governo, ele que mande um representante para defender o Executivo, não censurar. Minha solidariedade ao Elias.

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  3. Borjão, parabéns pelo blog! Quanto à censura, jamais devemos deixar de condená-la. É um retrocesso inaceitável!
    Bj

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